A eterna espectadora

Julia Machado
1 min readFeb 21, 2021

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Na madrugada e em meio aos prantos me deparo com certas reflexões sobre o que já vivi e ainda vivo.

Sinto que já não tenho mais forças pra buscar certas vontades que outrora possuía. Tudo se esvaiu com o passar do tempo, grande parte foi arrancado de mim e o restante se perdeu pelo caminho.

As vezes penso que já passei tempo demais aqui. Talvez a memória da minha vivência seja melhor do que a minha presença de fato.

Também acredito que estou fadada a observar os outros realizarem os sonhos que um dia eu sonhei.

Desde que me entendo por gente me vejo sempre um passo atrás em tudo.

Como uma eterna espectadora, assisto, me alegro, mesmo sabendo que a minha vez pode nunca chegar.

Eu só queria que as coisas pudessem ser tranquilas uma vez. Mas já me acostumei tanto com a turbulência que sequer me sinto capaz de verbalizar tudo o que me machuca.

E como dói… Magoa.

E eu sigo aqui no mesmo lugar onde sempre estive.

Assistindo a vida passar.

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